sábado, 23 de maio de 2015

A cocaína, seus fatores e consequências

Hoje o texto a ser comentado tem como foco o estudo da droga cocaína. Confesso ter achado o texto um pouco complexo e maçante mas ainda assim a leitura do mesmo foi bastante válida, e penso ser válida para todos, por mostrar um tema pouco explorado pelas pessoas, onde muitos de nós sabemos apenas superficialmente sobre drogas e sobre a cocaína, as vezes evitando ler sobre por preconceitos, por acharmos que já conhecemos bastante. Falo isso porque eu mesmo tinha preconceitos sobre o tema, mas me abriu os olhos pra algumas coisinhas sobre a cocaína, como sua complexidade de tratamento por exemplo.
O texto explica o porque de estar estudando essa droga, e isso se dá porque o mercado das drogas está em expansão, e seu carro chefe de vendas é a cocaína. Isso todos sabemos definitivamente que é um problema, e grave, porque se seu mercado está mais movimentado, quer dizer que seu consumo está aumentando e deve-se olhar mais de perto isso para que esse fenômeno retroceda pois pra mim saber disso me preocupa bastante.
Como todos sabemos, as drogas causam dependências e adicções, no texto temos a definição desses termos, onde ele nos explica que adicção é o aumento frequente na dose e/ou frequência da droga. Para entendermos a adicção, devemos olhar não somente para a dependência fisiológica da pessoa e o seu organismo, mas também ao contexto em que a pessoa usufrui da droga, só assim iremos entender esse fenômeno. Na verdade, são diversos os fatores do motivo de alguém ser adicto. onde podemos citar Kessler que disse que há fatores de ordem cultura, social, interpessoal e genético. Além desses, são vistos no texto a adicção pode estar relacionada à ansiedade decorrente de perdas, da estrutura familiar. É importante sabermos que são inúmeros os fatores, e para entender a adicção de alguém que é próximo a nos devemos olhar tudo que o compõe, o cerca e o influencia. Ou seja, devemos ter o conhecimento de que a dependência de uma pessoa a uma droga é resultado de uma somatória de problemas de natureza biopsicossocial.
Na década de 80, onde seu uso aumentou consideravelmente, a cocaína era geralmente usada por uma classe com maior poder aquisitivo. Depois a droga se transformou em um fenômeno diversificado, e o consumo da faixa etária de 18 a 25 anos aumentou consideravelmente. Deve-se lembrar que, como se trata de uma droga ilícita, o que é dito sobre o seu uso é dito de forma arbitrária pois o acesso a realidade é impossível por sua natureza ilícita.
Ainda olhando para a cocaina ao longo dos tempos, sabemos que antigamente seus usuários adictos eram vistos como pecadores, criminosos, pessoas fracas, e isso mudou, passou a ser vista como uma doença, e realmente é, pois basta ver a luta que é para sair desse estado de adicção, seu corpo, sua mente, tudo leva a pensar que é melhor continuar o uso pois as sensações da pessoa no período de abstinência são extremamente incomodas.
Para falarmos de abstinência da cocaína, temos de falar primeiro as sensações que a droga fornece. Seus efeitos farmacológicos se assemelham a anfetamina, sendo eles a euforia, a verbosidade, hiperatividade motora e exagero do prazer. Além disso, é conhecido que a cocaína causa taquicardia, aumento de pressão sanguínea e vasoconstrição. A abstinência da cocaína não é vista fisicamente com tanta clareza quanto a abstinência do álcool por exemplo, ela na verdade tende a causar depressão e disforia, ou seja, ataca o psicológico da pessoa. No texto é dito que a abstinência é dividida em duas, a psicológica e a fisiológica, e que a psicológica é mais poderosa que a outra, ou seja, tendem a serem mais difíceis de serem superadas, e a da cocaína é um exemplo dessa abstinência. 
A adicção é influenciada por reforçamentos tanto negativos quanto positivos e alterações de circuitaria neuronal. Além disso, se apoiam no craving, que nada mais é do que desejo compulsório de consumir a droga. E como a cocaína tem período de efeito muito curto, assim impulsiona seu usuário, se ele quiser sentir esse efeito por mais tempo, a consumi-la mais, e se ele fizer esse uso repetidamente ele produzirá um craving muito forte onde ele terá de usá-la compulsivamente para se satisfazer.
Mas a adicção é um termo muito complexo ao meu ver. Além dela ter diversos fatores que podem influência-la a acontecer, os usuários ainda podem criar um aprendizado sobre a droga, onde ele liga lugares, pessoas, dias e os efeitos sentidos a droga. Por exemplo, se eu estou no lugar x, eu ligo a droga; se estou com a pessoa y, eu ligo a droga; se estou no dia n eu ligo a droga; se quero sentir o efeito z, ligo diretamente a droga; ou seja, a pessoa "aprendeu" isso. E esse aprendizado é mais uma barreira para a tentativa de saída da adicção, isso por que se aquela pessoa está tentando sair dessa vida, mas frequenta os mesmos lugares com as mesmas pessoas que ela costumava se drogar, o cérebro a faz relembrar das sensações, e creio eu que isso esteja ligado ao psicológico, logo volta a dar foco na abstinência psicológica que a cocaína causa, assim fortalecendo a adicção. Esse aprendizado, pra mim está bastante ligado a ideia do contexto em que a pessoa usa a droga influenciá-la.
É importante ser dito aqui também que há diversas teorias que embasam meios de tratamento, que são eles a teoria motivacional, a teoria da religiosidade, o modelo terapêutico da teoria psicodinâmica e enfoque comportamental. Isso se dá pela complexidade dessa adicção da cocaína, assim, se você está com necessidade de achar um tratamento para essa droga para qualquer pessoa, é importante saber de sua complexidade, tentar entender os fatores de uso entre outros pontos dessa droga na vida da pessoa para optar pelo tratamento que lhe parece mais eficiente segundo sua descrição no texto citado na referência.
Assim, a importância desse texto pra mim é vermos a dificuldade generalizada que é sair da adicção da cocaína, e podemos pensar também nas outras adicções, que com certeza não são fáceis de se livrar também. Quem sabe mostrando os males que a cocaína causa, como alterações neurológicas como é dito no texto, e a dificuldade de se livrar dela faça com que essa crescente do mercado de drogas tenha uma frenagem. 

REFERÊNCIA:
Almeida, A.M.C. (2008) Complexidade de associações de estímulos condicionais de occasion setting do contexto do uso de droga com abstinentes de cocaína: uma interface entre o laboratório e a clínica. Universidade de São Paulo: tese de doutorado. 

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