Hoje teremos a discussão se as avaliações educacionais que passamos ao longo da nossa vida acadêmica que são baseadas na curva norma são realmente as melhores pro nosso aprendizado. Teremos como base o texto que nos apresenta a avaliação baseada na curva de distribuição normal e na utilização de uma avaliação diferenciada, individualizada na Faculdade de Odontologia de Piracicaba.

A verdade é que a maioria das avaliações que passamos no decorrer de nossa vida é baseada nessa curva, sejam na escola, ou pro ingresso em universidades e instituições públicas. Assim, muitos das pessoas que formulam avaliações buscam essa curva normal nos resultados, onde a distribuição dos alunos seja assim feita.
É completamente aceitável, na minha opinião, ter essa distribuição normal como foco das avaliações classificatórias/eliminatórias, pois é esse o objetivo das mesmas, é classificar as pessoas, para que os que tiveram melhor desempenho sejam beneficiados, mas claro que os conteúdos previstos para a provas devem ser coerentes com o que foi previsto. A diferença deve vir nas avaliações escolares e universitárias, pois essa distribuição não deveria ser um objetivo das avaliações, pois o foco alí é o aprendizado. Para o aprendizado na verdade os avaliadores deveriam querer que todos os alunos os quais eles ensinaram tivessem notas altas na avaliação. Isso seria mais facilmente alcançado se houvesse uma individualização dos alunos, e além disso o conteúdo deve ser passado de forma entendível, com auxílio para aqueles que tem dificuldade de acompanhar o tempo do professor, a prova deveria ser compatível com o que foi passado em sala, longe daquelas definições de prova difícil ou fácil, mas sim sempre ter uma prova coerente com o que foi passado em sala. Isso seria algo que, ao meu ver, seria viável atualmente, para melhorar esse foco no aprendizado.
No texto que fala da curva normal, é dito que o tempo do aluno deve ser respeitado, onde a avaliação deveria acontecer quando o aluno se sentisse preparado. Eu entendo essa afirmação, mas acho a aplicação da mesma muito complicada, pois temos pessoas que, quando a decisão de avaliação chegasse a suas mãos procrastinariam a mesma o máximo de tempo possível. Além disso, é bastante complicado conseguirmos isso porque não temos a estrutura e o conhecimento para essa adaptação ao tempo de cada um como um todo. Temos exemplos em que nos temos essa adaptação ao tempo de aprendizado dos alunos, o exemplo é das escolas públicas do DF, onde alunos com laudos médicos conseguem ter um acompanhamento individual, onde as professoras se esforçam para se adaptar ao tempo do aluno. Mas esse exemplo é numa escala pequena, de apenas alunos laudados, onde a execução dessa individualização pra todos alunos, ao meu ver, atualmente é inviável. É ideal, mas não é possível.
O segundo texto que esta sendo usado como base nos mostra uma turma em que há a individualização dos alunos, em que não há esse foco na distribuição normal para os resultados da avaliação. É visto nesse exemplo que o aprendizado através dessa individualização é beneficiado, pois lá o foco é que todos aprendam o conteúdo previsto, onde cada um foi avaliado no seu tempo, colocando a prova que realmente a individualização é melhor para o aprendizado. Eu concordo com isso, só não acho que temos, atualmente, a estrutura para mudar todo um sistema educacional que as pessoas já estão acostumadas por um novo, do dia pra noite. Temos alguns casos em que essa individualização é possível, como no exemplo que eu dei de alunos com laudos médicos, mas como é numa escala pequena é viável.
Então, através dessas leituras, me abriu os olhos para o foco na aprendizagem, se as escolas e universidades estão realmente focando nisso, que é o mais importante. Além disso, no meu ponto de vista, a maior dificuldade dessa individualização requerida no primeiro texto e exemplificada com um caso real no segundo texto, seria se adaptar ao tempo do aluno, onde o mesmo poderia escolher quando ser avaliado. Eu acho que ter uma data prefixada pras avaliações, onde o aluno sabe quando será avaliado e deve sentir a necessidade de aprender o conteúdo até antes daquela data, pode ajudar no aprendizado. A adaptação ao tempo próprio de cada um da forma que é descrita no texto dois seria ideal, mas como na nossa realidade a dificuldade em respeitar isso é muito difícil, essa prefixação da avaliação tem sucesso, mas apenas se o aluno tiver meios de sanar dúvidas e apoio no aprendizado, pois sabemos que todos tem seu tempo de aprendizado, e isso seria um meio de ajudar quem tem um tempo mais lento.
Assim, para melhorar o aprendizado dos alunos é importante sair dessa necessidade de distribuir os resultados das pessoas numa distribuição normal, querendo assim que todos aprendam os conteúdos de forma completa, pensando nas pessoas com individualidade, sabendo que cada um tem um ritmo de aprendizado diferente, onde devemos dar meios para as pessoas terem oportunidades mais justas de aprendizado, adaptando esses meios a viabilidade, pois não adianta criarmos meios perfeitos de aprendizado se a aplicação a nossa realidade é muito complicada.
Referência:
Dib, C.Z. (2002) Afinal, o que você efetivamente mede quando sua avaliação é referenciada pela distribuição normal? Boletim informativo do instituto de Física da USP. http://www.if.usp.br/bifusp/bifold/bif0218.htm
Moraes, A. B. A. ; Vieira, R. C. ; Valvano, M. . (1981) Aplicação de um curso programado e individualizado na Faculdade de Odontologia de Piracicaba. Revista da Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas, 35, 498-508.
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